Ratos e homens, ratos ou homens

Não lhe faltava nem línguas, nem lábios
A luxúria, sua amiga e seu carrasco
Lhe fazia companhia nas noites de sábado
Lhe trespassava o corpo como oferenda à Baco
E por fim, como castigo, o levava ao merecido caos.

Mentia aos homens com a naturalidade dos desesperados
Sedento por euforia e sorrisos vagos
Por tudo aquilo que o fazia esquecer do próprio fracasso
Mentia-se e letargiava-se como todos os homens fracos
Aqueles que fogem do amor, por becos, como ratos.