Eu estava enganada
Me sentia afogada
Nadava até a superfície
Sem saber que o que me afogava
Nem sequer era a água





Meus olhos parados
E a vida que corre
Um dia nublado
E a água que escorre
No vidro
No meu rosto escondido
E um choro calado
Nos meus olhos parados

O relógio não para
Minha cabeça que embala
Mil rimas num minuto
Eu rasgo o papel e surto
''Quem quer ler meu desabafo?''
Continuo insatisfeita
Insisto em escrever e não paro

Não quero que faça sentido
Só quero achar o que estava perdido
Dentre minhas lástimas e devaneios
Não sei fazer mais nada, logo escrevo.
Não peço mais nada além de calma
Uma rede pra deitar
Mil mundos pra sonhar...

Deixar o caminho livre pra ir embora
E a porta aberta pra quem quiser voltar
Sem esforço e sem hora...

Não fazer dos problemas um martilho 
''Tudo se resolve, tudo há de passar''
Escutar essa voz que vem de dentro e acreditar

Vou rir do mundo e de todo mundo
Pra que levar a vida a sério em demasia?
Vamos, tire esse semblante triste do rosto, ria!

Por fim transformar isso tudo em realidade
Ou esquecer tudo, e descansar em utopia.